Justiça manda soltar nove réus dos casos Becker e Eliseu


Nove réus dos dois assassinatos de maior repercussão, nos últimos anos, no Rio Grande do Sul receberam habeas corpus, na tarde desta quinta-feira. De acordo com a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, os processos criminais sobre as mortes de Eliseu Santos e Marco Antônio Becker execederam prazo. A decisão reforçou que, por estarem há muito tempo presos sem julgamento, os réus podem agora responder o processo em liberade.

Os sete denunciados pela morte do ex-secretário de saúde da Capital, Eliseu Santos, deixarão a cadeia ainda nesta noite: os ex-dirigentes da empresa de segurança Reação, Jorge Renatto Hordoff Mello e Marcelo Pio Machado; além de cinco pessoas suspeitas e denunciadas por ter executado o crime: o ex-funcionário da empresa, Jonatas Pompeu Gomes, e o irmão dele, Eliseu Pompeu Gomes. Fernando Junior Treib Krol, Marcelo Dias Souza e Robinson Teixeira dos Santos, apontados como executores do crime, também garantiram liberdade.

Eliseu Santos, de 63 anos, foi morto a tiros no dia 26 de fevereiro de 2010, quando saía de um culto religioso acompanhado da família, no bairro Floresta, em Porto Alegre. A Delegacia de Homicídios do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) concluiu o inquérito apontando que o ex-vice-prefeito e secretário de Saúde foi morto ao reagir a um suposto assalto. A versão foi rechaçada pelo Ministério Público, que garantiu ter identificado a existência de um crime encomendado com o objetivo de vingança e queima de arquivo.

No caso Becker, cinco seguem presos

A 2ª Câmara Criminal do TJ concedeu, também, habeas corpus aos 11 acusados da morte do ex-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers), Marco Antonio Becker. Ainda assim, só o ex-andrologista Bayard Olle Fischer Santos e o assistente dele, Moisés Gugel, poderão deixar o Pesídio Central, por não terem antecedentes criminais. Outros nove acusados seguirão presos por outros processos, incluindo o traficante Juraci Oliveira da Silva, o "Jura", apontado como o agenciador do crime, detido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Marco Antonio Becker foi morto na noite de 4 de dezembro de 2008, quase em frente a um restaurante, na rua Ramiro Barcelos, no bairro Floresta, em Porto Alegre. A vítima foi executada com quatro tiros, dentro de um Gol. Os assassinos fugiram em uma moto Falcon, de cor preta. Bayard foi apontado como mandante do crime, já que Becker presidia um inquérito que pretendia caçar a licença do ex-andrologista.

Caso Becker: quem vai continuar preso
- Juraci Oliveira da Silva, o Jura, ex-paciente de Bayard, acusado de intermediar o crime
- Anderson Roberto Farias Bones, o Kiro, acusado de ter atirado no médico
- Michael Noroaldo Garcia Câmara, o Tocha, acusado pilotar a moto usada no assassinato
- Paulo Ricardo Machado, o Paulinho Ferramenta, acusado de ter ajudado a planejar o crime
- Paulo Roberto da Silva Caldeira, acusado de ajudado a planejar o crime
- Tatiana Garcia Câmara, irmã de Tocha, acusada de falsidade ideológica
- Jorge Roberto Gioscia Filho, médico amigo de Bayard, acusado de falso testemunho
- Júlio Henrique Marques, pai de santo, acusado de falso testemunho
- Katya Rejane dos Santos Nascimento, acusada de falso testemunho

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