A derrota da soberba


O Grêmio completou o primeiro semestre de 2016 sendo eliminado das três competições que participou: Copa Rio-Sul-Minas, Campeonato Gaúcho e Taça Libertadores da América. Já são seis anos sem títulos regionais e 15 sem conquistas nacionais ou internacionais. Um peso que um clube do tamanho do Grêmio já parece ter dificuldades de carregar. A torcida não aguenta mais suscetivas derrotas. E pra piorar o quadro, o maior rival venceu pelo menos um campeonato neste período sem glórias do tricolor.

O ano de 2016 começou promissor. Após a boa campanha no Brasileirão de 2015, o clube manteve os principais jogadores, o treinador e iniciou o trabalho para a disputa da Libertadores com uma boa e sólida base. Porém, os grandes reforços não vieram ou demoraram a chegar. Miller Bolaños foi a principal contratação, mas setores carentes como a defesa e as laterais não foram bem preenchidas. Galhardo, eleito melhor lateral-direito do último brasileiro, foi embora e a reposição foi desastrosa. Erazo falhou num Grenal e não teve o contrato renovado. Vieram Fred e o desastroso Kadu. Todos afundaram.


Porém, a soberba e o mau planejamento foram as principais causas para o sepultamento dos planos de conquistas para o primeiro semestre. Tudo desandou quando a arrogância subiu à cabeça na hora de encarar o Juventude pela semifinal do Gauchão. O clube achou que, ao poupar jogadores importantes, poderia facilmente passar pela partida no Alfredo Jaconi. Levou dois a zero e teve que se desgastar ao extremo no jogo da volta, na Arena. Acabou eliminado e fora da final do certame regional. Pra piorar, o presidente Romildo Bolzan Jr. foi aos microfones dizer que "jogando assim, o time poderia golear o Rosário Central na Libertadores". Suficiente para o melhor time argentino da atualidade se turbinar ainda mais. Arrogância e soberba que terminaram em derrota dentro de casa e um inapelável 3x0 lá na terra de Fito Paez. Adeus Libertadores!

As frequentes eliminações levaram a mudanças na estrutura do futebol. Porém, a real mudança deve ser mais profunda. Enquanto o clube continuar com essa "política da soberba", que cega e atrapalha na hora de vencer, os anos sem conquistas continuarão a se acumular. É preciso mudar, mas sem fazer terra arrasada. No horizonte tricolor estão a Copa do Brasil e o Brasileirão. É esperar, e torcer, para que as lições tenham sido aprendidas e as mudanças surtam efeito a curto prazo.

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