Museu Getúlio Vargas será inaugurado em São Borja


Após 18 meses de obras será entregue à comunidade de São Borja o Museu Getúlio Vargas de São Borja restaurado e ampliado. A revitalização deste patrimônio cultural tombado pelo Estado do Rio Grande do Sul proporciona à comunidade e aos visitantes um espaço qualificado para reflexão, fruição e pesquisa sobre uma das fases mais significativas da história nacional.

O evento de entrega da obra ocorre no dia 03 de julho (sexta-feira), às 11 horas, em frente ao Museu Getúlio Vargas (Av. Presidente Vargas, nº 1772, centro de São Borja/RS), com performance do grupo Cerco - concebida especialmente para a ocasião -, com participação especial da cantora Loma.


Para a execução do projeto foram investidos mais de dois milhões e meio de reais, sendo R$2.387.961,64 da empresa patrocinadora AES Sul, através do financiamento do Pró-cultura RS (Lei de Incentivo à Cultura) e R$284.057,65 oriundos da Prefeitura de São Borja, que assina a realização. O planejamento e a gestão do projeto cultural foram conduzidos pelas empresas Lahtu Sensu Administração Cultural Cida Cultural, com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE).

O Museu Getúlio Vargas de São Borja revitalizado deve impulsionar a transformação social e estimular o enriquecimento cultural, compondo com o Memorial Casa João Goulart, o corredor histórico-cultural do município. Segundo Antônio Carlos de Oliveira, Diretor de Distribuição da AES Sul, “essa iniciativa da AES Sul é uma forma de resgatar e preservar a história e a memória do Brasil, através de um de seus principais personagens. A restauração da Casa Getúlio Vargas permitirá manter essa memória viva e disponibilizar à geração atual e às gerações futuras conhecer um pouco mais da nossa História.”


O projeto reuniu uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de excelência, responsáveis pelas seguintes etapas:

Pesquisa arqueológica
A investigação arqueológica, sob a coordenação do Prof. Dr. Sergio Célio Klamt e Profa. Ma. Marina Amanda Barth, do Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul (CEPA), identificou remanescentes originais do piso que circundava o prédio e uma canaleta para condução de água ou esgoto não associada à casa. A fim de garantir sua preservação foi instalada uma janela no piso para visualização destes vestígios históricos pelos visitantes.

No entanto, o mais importante foi a localização de novos vestígios associados à Redução de São Francisco de Borja. É um indicativo incontestável de que a área de abrangência da Redução se estendia desde a atual igreja Matriz até onde hoje está situado o prédio do Museu Getúlio Vargas.


Restauração
O restauro da casa que já abrigava o Museu foi executado pela Arquiteta e Urbanista Berenice Pinto da Costa Rodrigues – Especialista em Conservação e Restauro de Monumentos e Conjuntos Históricos, da Parnaso Arquitetura.  Na parte interna foram recuperados pisos, forros, rebocos, pintura e ferragens de fechamento das esquadrias, como cremonas e trincos, e instalados aparelhos de ar condicionado e sensores e câmeras de monitoramento, além de mobiliário novo para exposição do acervo. A fachada também foi restaurada.

Ampliação
A equipe a RAK Engenharia, sob a orientação do engenheiro Carlos Eurico Antunes, executou a construção da edificação nova, nos fundos do terreno. Com cerca de 230 metros quadrados, o prédio com dois pavimentos será destinado à reserva técnica (para preservação do importante acervo existente), sala de consulta e pesquisa, além de salas de higienização, restauração e manutenção do Acervo, equipando o Museu com as condições adequadas para o exercício de suas funções.

Museografia / Acervo
O projeto museográfico, realizado a partir do levantamento histórico dos curadores Glaucia Vieira Ramos Konrad e Diorge Alceno Konrad e museologia da Lahtu Sensu, visa destacar o importante acervo fotográfico, documental e de indumentária existente, oferecendo um panorama cronológico da vida de Getúlio Vargas, nos diversos ambientes da casa onde o estadista viveu por doze anos, após seu casamento, e na qual seus filhos nasceram.

A ideia central que permeou a curadoria histórica é mostrar ao público um Getúlio são-borjense que explica parte fundamental da Formação Histórica do Brasil no século XX, partindo da história local para o Brasil. 

Desta forma, somando com o acervo de peças museográficas pertencentes ao Museu desde a sua inauguração, a restauração do Museu Getúlio Vargas será um moderno espaço para a visitação pública, contando com diversas salas, onde é possível visualizar uma síntese da trajetória de Vargas, além de uma sala de vídeo, de reserva técnica e sala para pesquisa, considerando que encontram-se em São Borja materiais ainda inéditos e de relevância nacional (especialmente fotografias) para interessados de diversas áreas do conhecimento e do público em geral.

São preciosidades da história nacional, onde as origens missioneiras do sul do país se cruzam com a história do Brasil Republicano. Entre as raridades do acervo, o álbum fotográfico com a carta original redigida pelo então Diretor do SPHAN - Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Dr. Rodrigo Mello Franco de Andrade, ao Ministro da Educação e Saúde, Dr. Gustavo Capanema, relatando o processo de consolidação das ruínas de São Miguel Arcanjo, hoje patrimônio da humanidade e a construção do Museu das Missões, projetado pelo arquiteto Lucio Costa. Esta documentação configura-se em um relatório físico, no qual são prestadas contas dos trabalhos executados em São Miguel, trabalhos originados pelo Decreto-lei 2.077 de 8 de março de 1940, que criou o Museu das Missões em pleno Estado Novo.

Outra parte significativa do acervo do Museu é a coleção de álbuns fotográficos da Agência Nacional do D.I.P. - Departamento de Imprensa e Propaganda e do D.N.P. – Departamento Nacional de Propaganda.

A Têmpora Arquitetura, representada pelos arquitetos Carlos Alberto Hübner e Ana Carolina Delazzanna, autora dos projetos de restauração e ampliação do Museu Getúlio Vargas, também assinou a criação, de mobiliário, enquanto que a identidade visual dos painéis ficou por conta da Art/Meio Propaganda. A produção e instalação do mobiliário ficou por conta da empresa de São Borja, Irmãos Ibarr.


Sustentabilidade
O projeto de sustentabilidade criou produtos institucionais, como suvenires e o catálogo trilíngue acerca do processo de restauro e ampliação, pesquisa arqueológica e trajetória histórica de Getúlio Vargas, além de oferecer à comunidade uma oficina, ministrada por Cida Herok, diretora da Cida Cultural, com o objetivo de estimular a criação da Associação de Amigos do Museu para auxiliar na sua sustentabilidade. 

Ficha técnica

PESQUISA ARQUEOLÓGICA
CEPA – Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul
Arqueólogos coordenadores Prof. Dr. Sergio Célio Klamt e Profa. Ma. Marina Amanda Barth
CURADORIA Prof. Dr. DiorgeAlceno Konrad e Profa. Dra. Glaucia Konrad
ARQUITETURA Têmpora
ENGENHARIA E RESTAURO Rak Engenharia e Parnaso Arquitetura
MUSEOGRAFIA Têmpora
ASSESSORIA DE PRODUÇÃO Tatiana Bastos
IDENTIDADE VISUAL E DESIGN GRÁFICO Art/Meio Propaganda
ASSESSORIA DE IMPRENSA Maestra Comunicação e Cultura

PLANEJAMENTO E GESTÃO Lahtu Sensu Administração Cultural e Cida Cultural
REALIZAÇÃO Prefeitura Municipal de São Borja
PATROCÍNIO AES Sul – Distribuidora Gaúcha de Energia
FINANCIAMENTO Pró-cultura RS (Lei de Incentivo à Cultura)
APOIO Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE)

CERIMÔNIA DE ENTREGA DA OBRA DO PROJETO DE RESTAURAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO MUSEU GETÚLIO VARGAS DE SÃO BORJA
Dia 3 de julho de 2015 (sexta-feira), às 11 horas
Avenida Presidente Vargas, em frente ao Museu Museu Getúlio Vargas (Av. Presidente Vargas, nº 1772, centro de São Borja/RS)

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