Uma pequena história sobre um rockeiro morto


Era final dos anos 1990 e uma banda de rock brasileiro estava no auge do sucesso com o lançamento do segundo disco. A cidade era Santa Maria, distante 292 quilômetros da capital, no interior gaúcho. A tal banda, que dias atrás perdeu o vocalista, encontrado morto dentro de um apartamento em São Paulo, era a atração principal da feira de indústria e comércio do município. Eu trabalhava, na época, na produção executiva do evento.

O grupo chegou de ônibus, pois na época o aeroporto da cidade não funcionava. Depois de atender alguns fãs na porta do hotel, subiram para os quartos. Por volta de 21h, as vans chegaram para levar a trupe para o local do show. Na chegada, histeria coletiva das tietes. Os músicos ascenam para elas, mas entram logo no camarim. Logo em seguida vêm os técnicos e roadies. Lá dentro, um dos integrantes é saudado com mais festa do que os outros. E não era aniversário dele.

O motivo é uma mochila preta que ele carregava. O roadie abre ela e tira de dentro uma sacola de tamanho médio, lotada com um pó de cor branca, muito parecido com cocaína. Neste momento, o grupo todo entra em uma segunda peça do camarim e apenas o que se ouve são cafungadas de narriz, sons que lembram uma pessoa quando está gripada e alguns gemidos de satisfação e euforia. 

O líder desta banda que depois veio a ter uma trajetória de dez discos e milhões de cópias vendidas (além de várias músicas de sucesso e dois prêmios Grammy Awards) morreu nessa semana.

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