Luxemburgo deve voltar às origens

Nos últimos anos, pouco times foram tão ativos no mercado de contratações em dezembro/janeiro/fevereiro do que o Grêmio neste final de 2012 e início de 2013. Foram vários e bons reforços trazidos pela direção tricolor, capitaneada pelo presidente Fábio Koff e o assessor Rui Costa. Chegaram nomes de peso com os atacantes Barcos, Vargas, o zagueiro Cris e o lateral, André Santos. O goleiro Dida, o atacante Welliton e o volante Adriano também foram boas aquisições. Tudo isso, somando-se com as renovações de Souza, Pará e Zé Roberto colocaram o tricolor com um dos melhores grupos de atletas da América do Sul. Com tantas opções, é normal que o treinador tenha dúvidas na hora de escalar os 11 titulares.


Vanderlei Luxemburgo está numa sinuca de bico. Com tantas boas alternativas, precisa mostrar que ainda é um técnico candidato a ganhar grandes títulos. Com bons elencos, ele sempre foi campeão. Agora começa 2013 sob desconfiança por causa da derrota para o Deportivo Huachipato, do Chile, na estreia da Libertadores, dentro da Arena. Tentou culpar o gramado, desviar o foco e foi execrado por ter tirado uma peça fundamental, o volante Fernando, de um meio de campo já entrosado. Os novos reforços, aliados as críticas e a pressão de uma semana com decisões contra Fluminense e Internacional, podem levar o treinador a voltar às origens dos anos 1990, quando comandava o Palmeiras.


No Verdão, ele foi Bi-campeão Brasileiro e campeão Paulista escalando um ataque com três jogadores, no famoso esquema 4-3-3. Naquela época, Evair era o centroavante e Edmundo e Rivaldo jogavam abertos pelos lados de campo. Ao logo do tempo outras peças, como Edílson e Zinho entraram na equipe. No meio, César Sampaio era o volante fixo, enquanto Flávio Conceição e Mazinho marcavam e saiam para armar o jogo. A defesa era no formato tradicional com dois zagueiros e laterais que apoiavam e defendiam com qualidade. Quase 20 anos depois, em Porto Alegre, no Grêmio, Luxemburgo pode repetir aquela formação vitoriosa e que praticava um futebol competitivo e encantador.


O argentino Barcos pode fazer a mesma função que Evair, ou seja, ser o pivô que domina a bola à espera da aproximação dos companheiros. Alem disso, o ex-palmeirense é um matador como poucos no futebol brasileiro. Dos lados, Vargas e Welliton podem fazer às vezes de Edmundo e Rivaldo. Jogadas de velocidade pelos lados e boa conclusão a gol eles tem de sobra. Outro que pode facilmente, se estiver 100% recuperado, entrar neste esquema é Kleber Gladiador. O meio de campo é fator que pode complicar a execução deste possível novo sistema tático. Souza, Zé Roberto, Elano e Fernando deram muito certo em 2012. Retirar um deles pode causar prejuízos em ambos os setores do time, ataque e defesa. O certo é que um sairá e depois da última entrevista coletiva, Souza pode ser o sacrificado já que Luxemburgo o criticou publicamente.

O certo é que o novo esquema precisa ser treinado e testado a exaustão para dar certo. Essa semana pode terminar com Luxemburgo e o Grêmio em alta ou o time sendo vítima de uma forte crise e o treinador na corda bamba. Vitórias serão fundamentais contra o Flu e no Grenal. Quem viver, verá.

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