Darín x Kirchner

Ricardo Darín, o mais famoso e prestigiado ator argentino de todos os tempos, resolveu sair da zona de conforto e criticar a postura da presidente Cristina Kirchner. A polêmica começou na publicação de uma entrevista a revista "Brando", que pertence ao jornal La Nación. "Gostaria que alguém me explicasse o crescimento patrimonial dos Kirchner? Como eles não têm vergonha na cara? Como pode ser?", questionou o ator, em referência aos € 12 milhões declarados por Cristina no ano passado como patrimônio próprio. Em 2003, quando começou o Governo de seu falecido marido, Néstor Kirchner, eles somavam, juntos, € 1 milhão.


A presidente não aceitou as críticas calada e respondeu através do Twitter. Além de se defender dizendo que a justiça argentina não havia encontrado irregularidades em seu patrimônio durante investigações pedidas pelo Ministério Público, ela lembrou um caso curioso ocorrido há 22 anos. Darín, em março 1991, foi preso por transportar um carro contrabandeado e que ingressou no país vizinho com isenção especial para deficientes. Ao lembrar o fato, a presidente tentou desmoralizar a opinião do ator. Só que ela não contava que o apoio popular a Darín fosse muito maior do que o desprendido a ela.


A verdade é que Cristina Kirschner vem afundando a Argentina em uma crise econômica, social e institucional gigantesca. Há poucos anos o país saiu de um buraco negro no qual viveu durante algum tempo, após a grave crise que atingiu os hermanos entre 1999 e 2002. Na época, cinco presidentes chegaram a assumir o poder no período de treze dias. A população foi as ruas protestar e criou o famoso "panelaço". A situação agora pode parecer não tão grave quanto no passado, porém, há o risco sério de que os argentinos voltem ao buraco. Em Buenos Aires, a realidade pode parecer menos dolorosa. Mas quem viaja pelo interior do país está vendo a degradação e a pobreza de perto.


Problemas políticos, aumento da pobreza e do desemprego e inflação galopante são os ingredientes da vez. Além disso, a tentativa de fechar emissoras de televisão, jornais e rádios. O alerta de Darín fez com que outros membros da classe artística levanta-sem a voz contra os mandos e desmandos de Cristina. Para um país que sofreu tanto e mesmo assim conseguiu se recuperar, a Argentina parece não aprender com os erros e os perigos de um governo totalitarista e que faz o que bem entende. 

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