A tal da "zona de conforto"

Fernandão, ex-técnico e ídolo do Internacional, foi o autor de uma das frases mais interessantes de 2012. Ao falar sobre a postura acomodada dos jogadores, o ídolo colorado disse que todos no elenco estavam em uma "zona de conforto". Ou seja, mesmo ganhando ótimos salários, os atletas não se comprometiam com o time e a atuação dentro de campo era cada vez mais lamentável. Uma frase só vira bordão quando está na boca do povo. Do porteiro do prédio ao médico e o empresário. Todos falam em "zona de conforto".


A tal zona que Fernandão falou está presente em vários aspectos da vida cotidiana. No trabalho, por exemplo, por vezes entramos em uma rotina tão automática que nem mesmo nos damos conta. Depois de acordar, tomamos banho, café da manhã, escovamos os dentes e vamos para o emprego. Lá cumprimos as mesmas tarefas, sem criatividade, cercados das mesmas pessoas, no mesmo ambiente. É preciso lutar contra o acomodamento.

Em uma relação amorosa também existe a "zona de conforto". Por vezes fizemos concessões, abrimos mão dos nosso desejos e vontades para sucumbir a necessidade do outro. Vamos nos deixando levar pela opinião do parceiro (a) e a relação quando fica neste estágio é um passo para cair e não levantar mais. De um lado temos um frustrado por colocar em segundo plano coisas que há pouco tempo eram fundamentais. Do outro, um criando expectativas e sonhos calcados em castelos de areia. Tudo por causa do conformismo.


Se Fernandão não durou como treinador, com certeza não foi por deitar em berço esplendido enquanto seus atletas bagunçavam o vestiário. O erro maior talvez tenha sido expor a situação na imprensa daquela maneira, sem antes tentar uma conciliação ou uma chacolhada interna nas coisas. O meio do futebol pode ter perdido um talento, mas a filosofia de boteco ganhou mais um personagem. Tudo por conta da já famosa "zona de conforto". 

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