A noite em que vi Robert Plant

A primeira vez que eu ouvi falar em Led Zeppelin foi com a minha mãe. Ela sempre me falava do tal do filme da banda (mais conhecido como "The Song Remains de Same"). Me lembro das incontáveis vezes em que ela me relatava sobre sua experiência ao assistir a película: "É um filme lindo. Uma pauleira atrás da outra, uma música melhor que a outra. E no final, toca "Stairway to Heaven" e eles vão embora do show de avião".
Eu nem precisava ouvir o som para adorar a banda. Só por causa daquela descrição apaixonada da minha mãe sobre o filme que trazia um conserto ao vivo do Led Zeppelin já bastou para instigar minha curiosidade por aqueles quatro músicos e suas canções. Uma banda que mistura rock com blues e pitadas psicodélicas não é algo que se vê todo o dia. Ainda mais com um vocalista insandecido, um guitarrista misterioso, um baixista virtuoso e um monstro na bateria.

Enquanto meus amigos discutiam quem era melhor Beatles ou Rolling Stones, eu não tinha dúvida: meu coração pertencia ao Led Zeppelin. Acho até que eu coloquei, em determinado ponto da minha gloriosa adolescência, o Black Sabbath na frente de Lennon e McCartney. Meu sonho sempre foi ver o Led ao vivo e neste 2012 eu vi, pelo menos, um quarto da banda. O show de Robert Plant em Porto Alegre, no acusticamente desprovido Gigantinho, foi um dos momentos mais emocionantes da minha história musical.
Ok, não estavam lá Jimmy Page, nem John Paul Jones e muito menos John Bohan, ou seu filho Jason. Os clássicos foram minoria e o repertório se baseou na carreira solo do cantor de longos cachos dourados. Atmosfera, a voz, as canções estavam ali. Robert Plant estava ali tocando para mais de dez mil pessoas, entre elas eu. Pude reviver com intensidade toda a adolescência como fã do Zeppelin e me orgulhar de um ídolo que não ficou preso ao passado, pelo contrário, olha constantemente para as raízes para fazer música no futuro.

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