Beatles num céu de diamantes

A obra dos Beatles, a maior banda pop de todos os tempos, já foi utilizada como inspiração para artistas de diversas áreas da cultural mundial. Ao longo das décadas subsequentes aos anos 1960, as músicas do quarteto mais famoso de Liverpool foram tema de filmes, pinturas, livros, músicas de outros artistas e, até, espetáculo do Cirque du Soleil. Difcíl é encontrar uma maneira nova de se apresentar o espólio de John, Paul, George e Ringo sem repertir o que alguém, em algum lugar do mundo, já tenha feito.
O espetáculo teatral "Beatles num céu de diamantes", criação dos magos dos musicais brasileiros Charles Moeller e Cláudio Botelho, é uma pérola. Daquelas peças que dá vontade de ver e rever diversas vezes. A dupla transformou canções do grupo num roteiro teatral, com atores-cantores acompanhados por piano, violoncelo e percussão. A peça conta com 50 canções e uma visão leve sobre a obra de grande repercussão ainda nos dias de hoje. O espetáculo pode ser classificado como uma revista musical sobre o extenso repertório dos Beatles, apontando diversas pequenas histórias e situações em um roteiro livre.
Assisti pela primeira vez em 2008, no teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro. A fila para conseguir ingresso virava quadras no bairro carioca da Gávea. A peça foi o grande destaque daquele inesquecível verão na terra do cristo redentor. A grande diferença daquela apresentação para esta última, no último sábado dia 30 de junho de 2012, em Porto Alegre, foi a intimidade. No Rio, o espetáculo é encenado em um teatro de arena com o público muito próximo dos atores, praticamente participando e cantando junto com o elenco. Aqui na capital gaúcha, a peça foi apresentada no Teatro do Bourbon Country.
Apesar da distância entre atores e público, a mudança de estrutura não prejudicou a magia do espetáculo. A beleza das vozes dos atores e atrizes, a luz magnífica e a banda de apoio inspirada emocionam a platéia. Mesmo canções que ficaram famosas ganham um sopro de vitalidade nas releituras, baseadas na simplicidade da voz, do piano, do violoncelo e da percussão. Embarcar nesta jornada orgânica pela obra dos Beatles faz um bem danado a alma e ao coração.

Comentários

Postagens mais visitadas