Sindicância vai apurar circunstâncias que fizeram gestante viajar mais de 530 km para dar à luz em NH
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) instaurou sindicância para apurar as circunstâncias que fizeram uma gestante viajar mais de 530 quilômetros, do Sul do Estado até a região Metropolitana, para dar a luz a um casal de gêmeos. Elisiane San Martins, de 34 anos, viajou desde Santa Vitória do Palmar devido à falta de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais na região. Ela aguardou por vaga durante três dias. Os gêmeos Guilherme e Gustavo nasceram, no início da noite de ontem, no Hospital Municipal de Novo Hamburgo. Porém, segundo a instituição, o estado de saúde da mãe e dos bebês é considerado grave. A bolsa gestacional se rompeu, provocando infecção, em meio à espera por leito.
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Recentemente, o Cremers abriu outras cinco sidicâncias para apurar possíveis falhas dos gestores em saúde, que acabaram em mortes no Estado. Segundo o presidente da entidade, Fernando Matos, em todos os casos, incluindo o deste final de semana, houve falta de leito nos hospitais. Ele sustenta que o fechamento de vagas em UTIs é o principal motivo para que casos como os investigados resultem em morte."Nos últimos cinco anos, Porto Alegre fechou três mil leitos e o Estado cinco mil. Os hospitais preferem fechar a atender pelo valor pago pelo SUS". revelou.
Na sindicância que vai apurar o caso da gestante, serão investigados os motivos que levaram Elisiane a viajar até a região Metropolitana procurando um leito. Fernando Matos ainda frisou que houve erro no transporte da gestante, já que ela foi não foi transferida em uma ambulância adequada e que não havia médicos acompanhando a paciente. Ele entende que cabia à Central de Leitos do Estado ter aberto uma vaga em hospital público ou privado, próximo do local da residência da mulher, por se tratar de uma gravidez de risco.
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