Material genético mostra que autor confesso de 12 mortes não estuprou jovem mutilada em NH

A Polícia Civil divulgou, nesta quinta-feira, que o material genético de Jackson Nauta de Quadros, conhecido como Jundiá, não compatível ao que foi coletado na vítima de um estupro, ocorrido no início de agosto, em Novo Hamburgo. O Laboratório de Perícias do Estado analisou e comparou o sêmen de Jundiá com o que foi encontrado no corpo da jovem, de 21 anos. O resultado negativo da autoria, porém, não dá o caso por encerrado.

O delegado Bolivar Llantada, titular da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, não afastou a suspeita de participação de Jundiá no crime. Segundo ele, a prova do material genético vai ser analisada junto com outras informações, ainda não recebidas pela polícia, que ainda tenta identificar se o suspeito estava na cena do crime. Outro fator relevante para o delegado é o depoimento da vítima, que apontou Jundiá como um dos autores do estupro. Em dez dias, o inquérito deve ser enviado à Justiça.

Na época, a Polícia Civil apontou Jundiá como o principal suspeito. O jovem é o mesmo que admitiu ter matado 12 pessoas, entre 2007 e 2008, no Vale do Sinos. Sobre a divulgação da autoria da suspeita do crime, o delegado Llantada negou ter havido erro da polícia (ouça no link abaixo). Jundiá chegou a ter o pedido de prisão preventiva concedido pela Justiça que, logo em seguida, anulou a decisão.

Na mesma semana, o Ministério Público da União encaminhou ao Juizado da Vara da Infância e Juventude de Novo Hamburgo documentos comprovando que, no dia em que ocorreu o estupro. Jundiá permanecia fora do Rio Grande do Sul.

A investigação apontou que a garota foi entregue pelo próprio irmão para quitar dívidas de tráfico. Ameaçada por criminosos, a vítima teve que deixar Novo Hamburgo. O suposto mandante do estupro, conhecido como "Nereu", que é tio de Jundiá, foi preso em oito de agosto, três dias depois do crime.

Jundiá foi liberado em março deste ano, depois de cumprir três anos de medida sócio-educativa pelos assassinatos.