Morte de Amy deixa em alerta especialistas em suicídio


O médico psiquiatra Ricardo Nogueira, do Centro de Promoção da Vida e Prevenção ao Suicídio do Hospital Mãe de Deus, alertou, nesta segunda-feira, sobre o risco representado pela morte de um artista famoso a partir da tendência do adolescente de imitar os ídolos, sobretudo na faixa de 15 a 19 anos. Depois da morte da cantora britânica Amy Winehouse, que assim como Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrisson e Kurt Cobain, morreu aos 27 anos, o especialista sugeriu que os pais fiquem atentos a sinais que possam sugerir depressão, agressividade e abuso de drogas e álcool. A imitação, segundo ele, não se restringe a aspectos visuais e pode englobar, também, um estilo de vida e, num caso extremo, inclusive o suicídio.

Nogueira ainda criticou a postura dos pais da cantora inglesa, encontrada morta no sábado, em Londres, depois de um histórico extenso de vício e rehabilitação. Apesar de o motivo da morte ainda não ter sido oficialmente confirmado, a imprensa inglesa noticiou que a cantora comprou, um dia antes da morte, um grande carregamento de ecstasy e cocaína. O médico reiterou que a única solução para evitar que o abuso de psicotrópicos termine em suicídio é a internação clínica.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, há dez anos o Rio Grando do Sul registra mais de mil suícidios por ano. A média é de três casos por dia. No ano passado, foram 1.038 notificações. No Brasil, foram contabilizados cerca de 10 mil suícidios, uma média de 25 por dia, em 2010. Para sexta-feira, a equipe de Nogueira prepara o lançamento de um manual de prevenção ao suícidio, no Hospital de Mãe de Deus.

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