Grêmio escolhe Julinho Camargo como novo técnico



O Grêmio anunciou, nesse sábado, o nome do seu novo treinador para o restante do campeonato brasileio. Julinho Camargo, de larga experiência em categorias de base, foi escolhido. O técnico era o auxiliar de Paulo Roberto Falcão, no Internacional. Sua experiência em times profissionais se resume a passagens pelo Caixas (onde foi bem) e Novo Hamburgo (onde nem tanto). Além disso, conhece muito bem o clube, onde trabalhou até 2009. Dizem por aí

Julinho Camargo chega justamente na hora de maior turbulência dos últimos anos no Estádio Olímpico. O presidente Paulo Odone acaba de permitir a saída do ídolo maior, Renato Portaluppi, após uma série de mals resultados e atuações pífias. A verdade é que o Olímpico era pequeno demais para Odone e Renato. Um deles, invariavelmente, teria que sair. Sobrou para o ídolo que passou o ano cobrando reforços e escalando mau a equipe.



A aposta em Julinho retorna a uma antiga tradição gremista de investir em treinadores gaúchos e vindos do futebol do interior do Rio Grande do Sul. Para lembrar os mais vencedores, podemos falar em Felipão, Mano Menezes e Tite. É cultura no Grêmio dar chance para profissionais em acensão e que, invariavelmente, acabam confirmando, fazendo boas campanhas e trazendo títulos. Porém, há de se lembrar também das apostas equívocadas em Nestor Simionatto, José Luiz Plein e Adílson Batista.



Na sexta-feira antes do anúncio, ainda comentei na redação da Rádio Guaíba, que na minha opinião não seria nenhum destes nomes especulados o escolhido. Não tenho dúvidas que Julinho Camargo é um bom profissional, técnico estrategista e ótimo conhecedor de futebol. Porém, não sei se terá capacidade de lidar com um vestiário cheio de jogadores experiêntes, como Douglas, Gabriel, Fábio Rockemback e Rafael Marquez. Se conseguir lidar com estas lideranças e, mais, fazê-las jogar e produzir em campo o que sabem, terá sucesso. Porém, pode ficar refém da pressa que um grande clube como o Grêmio exige. Derrotas em sequência podem derrubá-lo logo ali na esquina.



Por fim, especulou-se muitos nomes. Cuca, Adilson Batista, Celso Roth, Diego Aguirre (o meu preferido) e Dunga. A escolha foi em um profissional qualificado, mas sem a experiência necessária para trabalhar em grande clubes. A torcida terá que deixar o jovem comandante trabalhar, estancar o ódio pelo atual presidente e lamber as feridas abertas pela saída do ídolo imortal. O caminho será longo e tortuoso até o fim do ano, mas a aposta foi ousada. Poderá se confirmar como uma grande sacada, uma jogada sensacional da direção tricolor e a revelação de um novo técnico forjado no fogo do estádio Olímpico. Porém, um possível fracasso reabre as portas para velhos conhecidos (e odiados), como Celso Roth, tudo em nome do medo de cair para a segunda divisão pela terceira vez.

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