Tesoureiro admite fraude na prefeitura de Rio Grande

O tesoureiro Carlos Alberto Fagundes de Oliveira confessou, ao depor à polícia, ter participado do desvio de cerca de R$ 400 mil da Secretaria da Fazenda de Rio Grande, no Sul do Estado. O servidor público, a auxiliar Nádia Mirapalheta dos Santos e a irmã dele, Maria do Carmo Fagundes de Oliveira, foram presos em uma operação conjunta entre o Ministério Público Estadual (MPE) e a Brigada Militar, ainda pela manhã. O trio foi ouvido e encaminhado à Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg). As duas mulheres negaram participação no crime.

De acordo com o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos Dornelles, a sogra de Maria do Carmo foi usada como laranja. A idosa de 81 anos, que sofre de problemas de saúde, não sabia do esquema. Extratos telefônicos e bancários dos envolvidos foram solicitados à justiça durante a investigação, que durou duas semanas. Hoje, foram apreendidos um notebook, uma CPU, um pen drive, CDs, extratos bancários e cartões de crédito e de contas bancárias, mais aparelhos celulares e um revólver calibre 32 sem procedência.

Segundo o Ministério Público, foram feitas oito transferências de dinheiro público, desde julho do ano passado, da conta da pasta para a da idosa. O desvio era feito pela contabilidade da Secretaria e sacado pela irmã do tesoureiro, que dividia o dinheiro. Segundo o secretário da Fazenda, Edes Andrade Filho, o supervisor da Pasta desconfiou do esquema em fevereiro, quando encontrou um pagamento sem justificativa. O titular da Secretaria e o prefeito, Fábio Branco, foram avisados e acionaram o Ministério Público. Desde então, os dois servidores, prestes a se aposentar, foram afastados.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) vai auditar as contas da prefeitura de Rio Grande para averiguar se houve ou não participação de mais servidores no esquema e se outras secretarias foram lesadas. O prefeito Fábio Branco só deve se pronunciar em uma entrevista coletiva, na manhã desta sexta.

Já o Ministério Público adiantou que vai denunciar o trio pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, podem variar de cinco a 22 anos de prisão. Na próxima semana, os promotores Zachian Alan e Márcio Schlee Gomes entram na justiça com duas ações contra os acusados, uma administrativa, para buscar que sejam demitidos e devolvam o dinheiro desviado, e outra na esfera criminal.

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