Mais de 400 carros importados aguardam fim de barreira comercial para cruzar o Porto Seco de Uruguaiana


Pelo menos 50 caminhões-cegonha com automóveis fabricados na Argentina seguem parados, desde a terça-feira passada, no Porto Seco de Uruguaiana, na Fronteira Oeste gaúcha. Cerca de 400 carros 0km aguardam o fim das barreiras comerciais impostas pelo governo brasileiro ao país vizinho. Em função de 28 restrições a produtos, entre peças e veículos da indústria automotiva argentina, cerca de três mil veículos se acumulam nas fronteiras desde a semana passada.

De acordo com o delegado da Receita Federal de Uruguaiana, Jorge Luiz Hergessel, a principal mudança se deu na liberação das guias de importação para veículos acabados, autopeças e pneus. Ele explica que, antes, os automóveis argentinos já vinham com o documento aprovado de forma automática. Agora, porém, é preciso que o licenciamento seja deferido, em até 60 dias, pela Secretaria de Comércio Exterior, orgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A Receita Federal só pode autorizar a entrada dos veículos no Brasil depois de receber as guias de importação autorizadas. O delegado garante que, por enquanto, os caminhões parados não prejudicam a rotina do Porto Seco de Uruguaiana.

As barreiras impostas pelo governo federal foram uma resposta a regras alteradas pelo governo argentino que dificultaram a entrada de alimentos brasileiros no país vizinho. Buenos Aires classificou a medida como "intempestiva e sem aviso" e advertiu que a resolução compromete 50% do comércio bilateral. Ambos ainda não discutiram de forma oficial o fim das sanções.

As concessionárias da fronteira gaúcha já manifestaram preocupação com a queda nas vendas, já que caminhonetes de marcas, como Volkswagen, Toyota, Peugeot e Renault, fabricadas e montadas na Argentina, possuem boa aceitação na região.

De acordo com o jornal "El Clarín", por semana eram enviados ao Brasil entre 500 e 1,8 mil veículos. A previsão é que até o fim do ano cerca de 400 mil carros montados na Argentina entrem no mercado brasileiro.

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