Sanfelice se escondeu em Santa Catarina e Buenos Aires antes de fugir para a Espanha

A Polícia Federal gaúcha revelou, nesta tarde, detalhes da operação que trouxe de volta ao Rio Grande do Sul o empresário Luiz Henrique Sanfelice. De acordo com o delegado Farnei Franco, Sanfelice fugiu para a Espanha pelo aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, na Argentina. A PF acreditava que ele havia saído da América do Sul por Montevidéu, no Uruguai. Porém, para chegar ao país vizinho, o empresário ficou escondido em Santa Catarina por alguns dias e depois fugiu, de carro, por Foz do Iguaçu até Buenos Aires.

O delegado Franco revelou, ainda, que na época da fuga, em 2007, o empresário aguardava o julgamento de um recurso judicial que poderia levá-lo a cumprir pena novamente em regime fechado. Desesperado, com a iminência de voltar para o presídio, ele teria fugido. O fato de Sanfelice ser cidadão espanhol não atrapalhou o precesso de extradição, já que o país tem como política extraditar quem comete crimes em outros países e se refugia em seu território.

Já sobre a extradição para o Brasil, o delegado Franco contou que Sanfelice permaneceu calado por quase todo o trajeto desde Madrid, na Espanha, até o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Na capital paulista é que o delegado e outro agente federal tiveram cerca de 30 minutos de conversa com ele. Foi nesse momento em que o empresário se disse inocente e contou as dificuldades que viveu na Europa. Durante toda a viagem, Sanfelice e os policias ficaram nos últimos bancos da parte traseira do avisão. Também não foi preciso algemá-lo.

O empresário chegou às 9h30min desta quarta-feira no Aeroporto Internacional Salgado Filho e seguiu escoltado até o Departamento Médico Legal, em Porto Alegre. No local, para os jornalistas, ele se declarou inocente. Do local, seguiu para a Penitenciária Modulada de Montenegro, onde ficará preso, durante um mês, em regime fechado, como punição por ter fugido. Até lá, a Justiça decidirá se ele continua detido ou volta para o semi-aberto.

Sanfelice foi condenado a 19 anos e três meses pela morte da ex-mulher, a jornalista Beatriz Rodrigues de Oliveira, que teve o corpo carbonizado na manhã de 12 de junho de 2004, no Vale do Sinos.