Região Metropolitana registra aumento de mais de 50% no número de homicídios em 10 anos


De acordo com dados do Mapa da Violência 2011, divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Justiça, entre 1998 e 2008, a região Metropolitana de Porto Alegre registrou aumento de 54% no número de homicídios. A evolução foi de 886 casos, em 1998, para 1.364, dez anos mais tarde. Municípios como Alvorada, São Leopoldo, Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, Guaíba e Canoas subiram no ranking nacional da criminalidade. A Secretaria Estadual da Segurança Pública foi consultada pela reportagem para comentar o levantamento, mas, até agora, não se pronunciou.

Já em Porto Alegre, nos últimos 10 anos, a taxa de homicídios passou de 31,4 para 46,8 em cad cem mil habitantes, representando aumento de 49%. A Capital passou da 13ª para a 9ª posição no ranking das 27 capitais pesquisadas.

Em compensação, o Rio Grande do Sul caiu cinco posições no ranking de homicídios por Estado. Em 1998, a taxa era de 15,3 por cem mil habitantes. Em 2008, subiu para 21,8, mas ainda assim o Rio Grande do Sul caiu da 15ª para a 20ª posição. Alagoas é o que tem a taxa de homicídio mais alta do país (60,3), seguido pelo Espírito Santo (56,4), por Pernambuco (50,7), pelo Pará (39,2) e pelo Amapá (34,4).

O Brasil é o sexto país no ranking mundial de homicídios. A taxa subiu de 30 mortes por 100 mil jovens, em 1998, para 52,9, em 2008. Nesse período, o número total de homicídios registrados no país cresceu 17,8%, ao passar de 41,9 mil para 50,1 mil. No primeiro lugar do ranking aparece El Salvador, com 105,6 mortes violentas em cada grupo de 100 mil jovens. Em seguida surgem as Ilhas Virgens (86,2), a Venezuela (80,4), a Colômbia (66,1) e a Guatemala (60,6).

Após a divulgação do Mapa da Violência, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que vai retomar “com muito vigor” a política nacional de desarmamento. A pesquisa apontou uma queda de 7% nas taxas de homicídio no país em 2003, ano em que entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento. Além das medidas de combate à violência armada, serão desenvolvidas ações contra o crime organizado, principalmente nas fronteiras. Para o ministro, a corrupção é um fator diretamente relacionado ao crescimento do crime organizado. Segundo ele há permissividade do setor público.

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