Justiça espanhola decide extraditar Sanfelice para o Brasil


A justiça espanhola decidiu extraditar o empresário gaúcho Luiz Henrique Sanfelice, condenado por ter matado a esposa carbonizada, no Vale do Sinos, em 2004, para que cumpra pena no Brasil. A reportagem conseguiu contato com o advogado dele na Espanha, Agustín Diez Del Blanco, que confirnou que o recurso para que Sanfelice possa cumprir a pena em território espanhol foi negado. Com isso, a Interpol deve definir nos próximos dias como fazer o translado a partir da penitenciária de alta segurança onde ele cumpre pena nos arredores de Madrid. Sanfelice foi recapturado em cinco de maio do ano passado, em Sevilha, no Sul da Espanha.

A decisão de extradição foi tomada, na última sexta-feira, e comunicada, só nesta quarta, aos advogados do empresário. O defensor espanhol lembrou que, apesar do acordo diplomático entre Brasil e Espanha para que presos de ambas as nações cumpram pena onde foram detidos, a justiça do país europeu eterminou que o empresário volte ao Brasil. Blanco também lamentou que os juizes espanhois não tenham levado em consideração o fato de Sanfelice ter dupla cidadania.

Foragido de abril de 2008 a maio de 2010, o empresário já cumpriu, no regime semiaberto, parte da pena de 19 anos e três meses pelo assassinato da ex-mulher, a jornalista Beatriz Helena de Oliveira Rodrigues, de 43 anos, cujo corpo foi encontrado queimado dentro do veículo do casal, em 12 de junho de 2004, Dia dos Namorados, perto do Santuário das Mães, em Novo Hamburgo.

Sanfelice apelou á justiça espanhola para não ser deportado. O réu relatou ter sido torturado enquanto cumpriu pena no Brasil, e presenciado 16 assassinatos na cadeia. Diante dos juízes, ele suplicou, chorando, para ficar na Espanha a fim de escapar da morte e ficar perto do filho. O empresário repetiu ser inocente e assegurou que, se for deportado, morre.

Sanfelice está no Complexo Penitenciário Madrid V, na cidade de Soto Del Real, a 37 km de Madri. A Polícia Federal gaúcha já entrou em contato conta a sede da Interpol no Brasil, na Capital federal, mas ainda não foi definida a logística da extradição.

O empresário deve ser entregue pela PF à Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Cabe à Vara de Execuções Criminais de Novo Hamburgo definir onde Sanfelice vai cumprir pena. O juíz André Vorraber Costa vai ficar com o caso. O maior presídio sob juridição da VEC do Vale do Sinos é a Penitenciária Modulada de Montenegro.

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