Médicos suspendem partos pelo SUS em Uruguaiana


Médicos obstetras da Santa Casa de Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Estado, suspenderam desde a meia-noite de ontem os partos pelo SUS. A medida é provocada pelo não-atendimento de reivindicações entregues à Prefeitura e à direção da instituição.

De acordo com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), os obstetras enfrentam a ausência de pediatras e até mesmo de anestesistas durante os partos. A categoria quer, também, formalização dos contratos de trabalho e melhorias na remuneração. Mais de 160 nascimentos ocorrem por mês no hospital. Muitas gestantes vêm da Argentina. Sem o serviço pelo SUS, o atendimento é feito em Alegrete, distante 150 quilômetros.

Proposta da Prefeitura e do hospital, remetida na manhã de sexta à entidade, frustrou expectativa dos médicos para um acordo. Segundo o diretor do Simers, Nauro Aguiar, a administração municipal não apresentou novidades em relação às negociações anteriores. A proposta, assinada pelo prefeito Sanchotene Felice e pelo presidente da comissão gestora da Santa Casa, Luiz Augusto Schneider, mesmo indicando a intenção de formalizar os contratos, não contemplava as necessidades dos plantonistas e ainda ameaçava com punições a quem interromper os serviços.

O prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice, disse estar surpreso com a paralisação. Segundo ele, ficou acertado que a prefeitura iria assinar a carteira dos médicos ainda neste mês. Ele qualifica como maldosa a ação e diz que não vai mais negociar os representantes do Simers. "Eu considero uma falta de liderança dos representantes dos Simers, que haviam me garantido que os médicos não paralisariam os trabalhos. Eles são mau caráter e não vou mais recebê-los aqui", dísparou Felice.

Ainda, de acordo com o prefeito oito gestantes foram encaminhadas para Alegrete. A expectativa dele é de que, a partir de amanhã, um médico obstetra fique de plantão para atendimento dos casos mais graves.

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