Famílias quilombolas denunciam suposta tortura cometida por PMs


Famílias do Quilombo Silva, no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, encaminharam denúncia ao Ministério Público, à Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e à própria Brigada Militar dando conta de suspostos casos de tortura e discriminação racial envolvendo PMs. De acordo com o documento, na quarta-feira passada, um morador foi obrigado a ficar algemado, com as mãos nas costas, e de joelhos, dentro do posto do 11º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Chácara das Pedras. Horas antes, ele havia sido ameaçado com uma arma na cabeça ao questionar os policiais que faziam abordagem ao líder da comunidade, Lorivaldino Silva.

Um dia antes, na Avenida Nilo Peçanha, um jovem de 18 anos, também morador do Quilombo, foi abordado pelos mesmos policiais militares. Em via pública, ele foi algemado e teve a vianda de comida amassada e jogada na calçada. O jovem presta Serviço Militar Obrigatório e voltava do quartel. Mesmo se identificando para os PMs, foi supostamente agredido e torturado.

O advogado do Movimento Negro Unificado comparou a ação dos policias aos crimes cometidos na ditadura militar. Onir de Araújo disse que as abordagens agressivas ocorrem por preconceito, já que a comunidade está em meio a um bairro de classe média alta. Ele afirmou, também, que o grupo vai entrar na justiça contra o Estado, por racismo institucional. Na noite desta terça-feira, no Quilombo Silva, os moradores se reúnem para definir novas ações de combate às abordagens. O grupo postou um vídeo no site Youtube com relatos dos moradores sobre as agressões.

Procurada pela reportagem, a Brigada Militar ainda não se manifestou.

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