Polícia vai ouvir mais de 70 pessoas para apurar suposto esquema de anulação de multas em Estrela


A Polícia Civil de Estrela vai ouvir mais de 70 pessoas no inquérito para apurar os responsáveis por um suposto esquema de anulação de multas de trânsito no município do Vale do Taquari. Entre os depoentes, há 57 suspeitos de terem se beneficiado com a exclusão de multas ou de pontos na carteira de habilitação do sistema do Detran gaúcho. De acordo com o delegado João Antônio Peixoto, a suspeita é de que funcionários do próprio setor de trânsito da Prefeitura tenham recebido verba para anular as infrações, de fevereiro de 2008 a agosto deste ano.

Peixoto revelou que a máfia das multas foi percebida há cerca de 30 dias por funcionários do Departamento de Trânsito de Estrela. Tudo começou quando os servidores receberam uma notificação para anular a multa de um destinatário com endereço inexistente. No mês passado, diversos acessos não autorizados ao site do Detran foram constatados pela Polícia. Os acessos, segundo o apurado até agora, foram feitos por funcionários com senha, do próprio Departamento de Trânsito, que agiam a pedido de um escritório de advocacia e de um despachante. O delegado já tem dois suspeitos, mas prefere não dar maiores detalhes para não comprometer as investigações.

O diretor-presidente do Detran emitiu nota oficial sobre o assunto, ainda na terça-feira. Sérgio Filomena afirmou que a responsabilidade pelo lançamento de infrações é de competência do municipio e que o sistema informatizado do Detran é franqueado mediante convênio. Filomena ressaltou, ainda, que o controle dos acessos é de responsabilidade das Prefeituras.

O inquérito deve ser concluido em 45 dias, e os acusados podem responder pelos crimes de inserção falsa de dados no sistema, corrupção ativa e passiva, com penas previstas de dois a 12 anos de reclusão.

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