Megaquadrilha desarticulada pelo Deic respondia por até 90% dos ataques a banco no RS em 2010


A Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) encerrou com 40 presos a operação Fire, que desbaratou uma megaquadrilha criminosa especializada em furtos, arrombamentos e roubos a banco, com atuação comprovada em pelo menos cinco estados brasileiros. Dez eram mulheres que auxiliavam no resgate e disfarce dos outros integrantes. O delegado Juliano Ferreira, que comandou o trabalho, revelou que a quadrilha foi responsável por entre 70% e 90% dos arrombamentos a caixas eletrônicos no Rio Grande do Sul, em 2010.

Nas investigações, a Polícia descobriu, através das escutas telefônicas, que a quadrilha encomendava armamento pesado e explosivos no Uruguai. Segundo o delegado Ferreira, o bando estava prestes a realizar ataques com explosivos encomendados nestes contatos. Ele acrescentou que esta era uma das quadrilhas mais bem organizadas que a Polícia gaúcha já havia investigado.

Na ação dessa madrugada, dois homens e um policial militar foram presos, em flagrante, ao tentar arrombar uma agência do Itaú, em Cachoeirinha. Segundo a Polícia, ele era responsável por avisar quando viaturas da Brigada se aproximavam dos locais arrombados. O PM atuava no 25° BPM de Canoas. Parte dos integrantes da quadrilha participava da distribuição de cocaína e maconha, que vinha do Uruguai, e vendia armas na região Metropolitana e vale do Paranhana. O dinheiro era reinvestido em material para os ataques aos bancos.

A quadrilha, que reúne catarinenses e gaúchos, tinha como principais alvos caixas eletrônicos dos bancos Itaú, Real e Banrisul no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e até no Rio de Janeiro e São Paulo. Com cerca de 50 integrantes, a organização criminosa faturou em torno de R$ 5 milhões no período. Ela ficou conhecida como “a quadrilha da lona plástica preta” por cobrir, com este material, as fachadas das agências para bloquear a claridade dos maçaricos usados no arrombamento dos terminais. O mais recente ataque, com uso até de fuzis e submetralhadoras, ocorreu na semana passada no Banco do Brasil da cidade de Praia Grande, em Santa Catarina.

Foram apreendidos maçaricos, ferramentas, pés de cabra, tubos de gás, toucas ninja, coletes à prova de balas, furadeiras eletromagnéticas, lonas plásticas, cinco pistolas e sete carros. Segundo o delegado Ferreira, o grupo tinha acesso ao gabarito (planta) dos caixas eletrônicos antes do assalto para conseguir chegar ao cofre com maior rapidez. Em maio, a quadrilha roubou um caixa eletrônico do Banrisul em Cachoeirinha para poder estudar o equipamento.

Quatrocentos policiais militares foram mobilizados na operação, 270 deles só em território gaúcho. Foram expedidos 44 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão. A operação ocorreu de forma simultânea em Cachoeirinha, Gravataí, Canoas, Porto Alegre, Taquara, Novo Hamburgo, Parobé, Igrejinha, São Leopoldo, Livramento e Caxias do Sul; além de Florianópolis e Joinville (SC), e Rio de Janeiro (RJ).

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