Impasse entre índios e Funasa só deve terminar na terça-feira


O impasse entre os índios caigangues e a Coordenação Regional da Fundação Nacional de Saúde no Rio Grande do Sul (Funasa/RS) só deve encerrar na semana que vem. Na terça-feira, uma reunião entre os índigenas, representantes da entidade e da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Santa Rosa, no Noroeste do Estado, tem como objetivo evitar novos protestos como os que bloquearam estradas na quarta-feira e ontem.

Os alvos foram a ERS-330, em Tenente Portela, e a ERS-210, em Redentora. Nessa quinta, os caingangues usaram, no segundo bloqueio, ambulâncias empregadas no transporte de pacientes das aldeias, onde vivem cerca de 5,5 mil índios. A expectativa é de que a tribo devolva os veículos neste sábado.

De acordo com o cacique Valdonês Joaquim, os caingangues protestaram contra a suspensão da contratação de indígenas para trabalhar no serviço de urgência e emergência, que consiste no transporte de pacientes nos horários noturno, nos finais de semana e feriados. A suspensão dos contratos ocorreu por acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), mas o serviço continuou sendo prestado, por servidores da própria Funasa. Os índios reivindicam, também, a regularização de documentos das aldeias e a apresentação de planos de habitação por parte da Funai.

O coordenador da Funasa, Gustavo de Melo, criticou o fato de os índios usarem veículos que atendem as próprias aldeias. Segundo ele, as empresas que vencem as licitações não podem ser obrigadas a contratar índigenas como motoristas ou para qualquer outro tipo de serviço. Melo reforçou que a Funasa não têm condições de continuar a ceder funcionários para trabalhar no atendimento e que, por isso, a licitação foi feita.

Até a reunião da próxima terça-feira, os índios não devem realizar novos protestos na região.

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